29.12.2015 – In Foco: O tema Gestão de riscos e compliance no planejamento estratégico das empresas para 2016.

Diante de fatos marcantes ocorridos no Brasil e no mundo no decorrer do ano de 2015, certamente o ambiente corporativo também será especialmente lembrado.

Dentre os fatos ressalta-se a Lei Anticorrupção (12.846/13), próxima de completar dois anos de sua vigência e que fez com que as organizações despertassem para a necessidade de programar e aprimorar os seus sistemas de gestão de riscos, compreendendo questões como prevenção a fraudes, corrupção, lavagem de dinheiro e a infinita gama de ilícitos que podem ser cometidos por meio das estruturas empresarias.

A Operação Lava Jato, que já adentrou à sua 21ª fase tem obtido avanços e resultados nas investigações por onde passou especialmente na alta cúpula das empresas e terceiros investigados, dos mais diversos segmentos de negócios. Reiterando que nem todas as notícias do ano de 2015 que em breve se findará foram negativas: O IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, comemorando os 20 anos de governança corporativa no Brasil, promoveu o lançamento da 5ª edição do seu Código de Melhores Práticas, com destaque para os capítulos 4 e 5, fortemente focados nos temas que envolvem o gerenciamento de riscos, controles internos e conformidade (compliance).

Além das nossas fronteiras, casos como Volkswagen, Toshiba e HSBC dão a idéia do momento corporativo pelo mundo nestes últimos doze meses, sem falarmos das questões ambientais e macroeconômicas que pressionam as organizações a atingirem suas metas a qualquer custo.

Diante da sempre atual necessidade de sobrevivência no ambiente de negócios, as questões relacionadas à transparência, gestão de riscos, controles internos e compliance não podem ser deixadas em segundo plano. As tendências nos mostram que haverá continuidade na responsabilização e exposição, nem sempre positiva, de administradores e gestores, penalização por “solidariedade” no âmbito do conceito de grupo econômico, aumento do risco das atividades realizadas por terceiros, concessão de financiamentos às empresas de “ficha limpa” por bancos privados, dentre outras.

A necessidade de gerenciar uma organização de acordo com as melhores práticas em matéria de governança, gestão de riscos e compliance é imperativa, independentemente do porte ou segmento de negócios, pois previne os chamados custos de non compliance, tais como multas, restrições operacionais, perda de clientes, impacto no valor de mercado, além dos custos de remediação e imagem negativa perante stakeholders.

Trata-se de um caminho sem volta, o qual agrega valor aos negócios da organização e traz benefícios imediatos, tais como padrões de ética, conduta, sustentabilidade e transparência, cultura de controles alinhada à visão e valores da organização, políticas e procedimentos formalizados, riscos mapeados e controlados, colaboradores treinados, prevenção a fraudes, valorização e proteção da marca e da imagem, dentre outros.