Com menor risco regulatório, novo formato foi bem recebido pelo mercado internacional, e sinaliza o maior do interesse de grupos estrangeiros em certames de portos, ferrovias e rodovias.
São Paulo – Depois de ter surtido efeito, as mudanças nas regras para concessões de aeroportos podem ser repetidas nos certames de portos, rodovias e ferrovias. Com predomínio europeu no leilão de ontem, se o governo mantiver um menor risco regulatório daqui para frente poderá garantir a alta concorrência e bom ágio nas próximas privatizações.
Os quatro aeroportos leiloados ontem (16) foram arrematados pelo valor de R$3,72 bilhões, com ágio de 23% em relação ao estabelecido pelo governo. A oferta mínima total, por sua vez, foi de R$754 milhões, com ágio de 93,75%. “O leilão teve interesse estrangeiro e conseguiu maior antecipação financeira. O modelo do governo se mostrou eficiente e essa modelagem deve ser repetida”, esclareceu o sócio do Emerenciano, Baggio e Associados – Advogados, Adelmo Emerenciano.
Segundo ele, a redução do risco regulatório nos editais foi imprescindível para o sucesso do leilão e deve ser um exemplo para atrair investidores estrangeiros nos próximos editais. “Conseguir participar de múltiplos lotes e não ter o governo como parceiro societário, foram questões importantes”, pontua.
Apesar do resultado positivo, a falta de brasileiras na corrida é algo a ser ressaltado. “Muitas estão com falta de capital”, conta ele, que completa: “A perspectiva do estrangeiro é melhor que a do brasileiro”.
Para ele, a tendência é que o protagonismo de estrangeiras se mantenha nas próximas concessões. “As grandes brasileiras estão longe desse cenário, porque estão completamente descapitalizadas. Sem a assinatura de acordos de leniência (das envolvidas em questões políticas), players importantes de fora”, coloca.